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3. O que avaliar?

Avaliar a qualidade de uso em Interação Humano-Computador (IHC) é uma tarefa complexa que vai além da simples observação de como os usuários interagem com uma interface. É essencial identificar e medir múltiplas dimensões para obter uma visão holística da experiência do usuário. Além dos três pilares fundamentais de eficácia, eficiência e satisfação do usuário, que já foram discutidos, há outros aspectos que merecem atenção.

Um desses aspectos é a acessibilidade, que se refere à capacidade do sistema de ser usado por pessoas com diferentes habilidades e limitações. Isso pode incluir, por exemplo, a facilidade de uso para pessoas com deficiências visuais ou motoras. Em um site de notícias, a acessibilidade pode ser avaliada através da presença de recursos como legendas para vídeos, transcrições de áudio e compatibilidade com leitores de tela.

Outro fator importante é a escalabilidade, que avalia como o sistema se comporta sob diferentes volumes de uso ou demanda. Isso é especialmente relevante para plataformas que têm um grande número de usuários ou que processam grandes volumes de dados. Por exemplo, em uma rede social, a escalabilidade pode ser avaliada pela capacidade do sistema de manter um desempenho aceitável mesmo quando milhares de usuários estão online simultaneamente.

A segurança também é um critério crucial, especialmente em sistemas que lidam com informações sensíveis. Isso envolve avaliar como o sistema protege contra acessos não autorizados, bem como a integridade e confidencialidade dos dados do usuário. Em um sistema bancário online, por exemplo, a segurança pode ser avaliada através de testes de penetração e auditorias para verificar a robustez das medidas de segurança implementadas.

Além desses, a usabilidade geral e a intuitividade da interface também são aspectos importantes a serem avaliados. Isso pode incluir a organização visual, a clareza das instruções, a facilidade de navegação e a rapidez com que os usuários podem aprender a usar o sistema eficientemente. Em um aplicativo de edição de fotos, por exemplo, a usabilidade pode ser avaliada com base em quão facilmente os usuários podem realizar tarefas comuns como cortar, ajustar e aplicar filtros às imagens.

Em resumo, a avaliação da IHC é uma atividade multidimensional que requer uma abordagem abrangente para capturar a complexidade da experiência do usuário. Além de métricas quantitativas, como tempo de conclusão de tarefas e taxas de erro, é vital considerar aspectos qualitativos e contextuais que influenciam a percepção do usuário sobre o sistema. Essa abordagem multifacetada permite uma compreensão mais profunda das necessidades e expectativas dos usuários, fornecendo insights valiosos para otimizações futuras.