Livro 1: A criança surda e o desenvolvimento da linguagem (Livro Digital)
3.1.1 Realidade linguística das crianças surdas
Agora que você já conhece as etapas de aquisição da linguagem, vamos refletir um pouco sobre a realidade linguística das crianças surdas, haja vista que grande parte não possui contato com a língua de sinais desde a mais tenra idade.
Uma questão importante para refletirmos é sobre como os surdos se comunicam quando não estão imersos em contextos que promovam a aquisição da língua de sinais. Na ausência do input linguístico, os sujeitos surdos irão buscar formas para interagir espontaneamente com os ouvintes, por meio de gestos, sinais caseiros, o que chamamos de Língua de Sinais Emergentes.
Goldin-Meadow (2010) afirma que as crianças surdas criam os sinais caseiros para se comunicarem com as pessoas ao seu redor e tais produções evidenciam a capacidade humana para a linguagem. Entretanto, é necessário que os adultos se apropriem desses sinais para não interromperem o processo de desenvolvimento linguístico da criança.
Você Sabia?
Você sabia que além da Língua Brasileira de Sinais, há outras línguas de sinais no Brasil? Uma delas é a Língua de Sinais Cena, língua de sinais emergente de uma comunidade do sertão do Piauí. Uma reportagem exibida no programa "Fantástico", da Rede Globo, mostra um pouco da história e do trabalho que está sendo realizado para preservação dessa língua.
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