Módulo 2: Atividades pedagógicas bilíngues para o ensino das ciências da natureza (Livro Digital)
3.2 Experiência com pipoca
Essa atividade tem como objetivo demonstrar aos alunos como é feita a transformação do milho em pipoca, ensinando novas palavras (sinalizadas e escritas) com o uso de imagens reais.
Na BNCC, localizamos as seguintes habilidades:
(EF03CI01) Produzir diferentes sons a partir da vibração de variados objetos e identificar variáveis que influem nesse fenômeno.
(EF04CI03) Concluir que algumas mudanças causadas por aquecimento ou resfriamento são reversíveis (como as mudanças de estado físico da água) e outras não (como o cozimento do ovo, a queima do papel etc.).
No primeiro momento, a professora realiza a sensibilização do assunto em sala de aula. Mostra imagens recortadas de revistas que ilustram as palavras que serão sinalizadas na experiência. Essa etapa da visualização com figuras ou com objetos reais permite ao aluno criar memórias e conceitos concretos.
Figura 5 - Professora apresentando imagens que ilustram as palavras
Fonte: Acervo da Escola Especial ULBRA Concórdia (2020)
Após a sensibilização inicial, a professora mostra o pacote de pipoca e os alunos sinalizam “pipoca”.
Figura 6 - Aluna sinalizando PIPOCA
Fonte: Acervo da Escola Especial ULBRA Concórdia (2020)
Na sequência, os alunos têm uma experiência sensorial concreta com o ingrediente pipoca. Eles pegam os grãos de pipoca para sentir a textura, consistência e formato. Um dos alunos sinaliza “duro”.
Figura 7 - Crianças sentindo a textura da pipoca
Fonte: Acervo da Escola Especial ULBRA Concórdia (2020)
Em um segundo momento, as palavras que foram apresentadas durante a experiência são retomadas. A professora sinaliza as palavras “bacia” e “óleo”. Alguns alunos copiam o sinal.
Figura 8 - Professora sinalizando as palavras “bacia” e “óleo”
Fonte: Acervo da Escola Especial ULBRA Concórdia (2020)
Além das novas palavras, a professora propõe o uso do paladar como forma de aprendizado e associação. É colocado um pouco de sal nas mãos dos alunos para que cada um possa experimentar.
Figura 9 - Crianças experimentando o sal
Fonte: Acervo da Escola Especial ULBRA Concórdia (2020)
Os alunos exploram a panela (pipoqueira) onde será feita a pipoca e os ingredientes que serão utilizados. A professora oportuniza a participação dos alunos, mostrando noções de quantidade.
Figura 10 - Crianças inserindo os ingredientes na panela
Fonte: Acervo da Escola Especial ULBRA Concórdia (2020)
A professora sinaliza “esperar”, enquanto a pipoqueira está no fogo do fogão. Todos os alunos se aproximam do fogão e, com a ajuda da professora, colocam a mão no cabo para sentir a vibração das pipocas estourando dentro da panela. Nesse momento, é importante a supervisão da professora, pois os alunos não devem fazer isso sozinhos.
Figura 11 - Professora sinalizando “esperar” e alunos sentindo a vibração das pipocas estourando
Fonte: Acervo da Escola Especial ULBRA Concórdia (2020)
Após a experiência, os estudantes fazem o registro da experiência, organizando as etapas da receita em um cartaz produzido com imagens e palavras escritas em português.
Figura 12 - Crianças registrando a experiência com imagens e palavras
Fonte: Acervo da Escola Especial ULBRA Concórdia (2020)
Outras possibilidades de registro ao final da experiência podem ser:
1) A gravação de um vídeo sinalizado sobre o que as crianças aprenderam acerca da receita e os sinais;
2) Uma apresentação da receita para as outras turmas ou para os responsáveis, durante a qual as crianças ensinam os sinais de cada ingrediente e explicam como fizeram a receita.
Esse tipo de experiência poderá envolver outras disciplinas, além de Libras e Ciências, realizando um trabalho interdisciplinar com:
- Geografia: de onde vem o milho? Onde produzimos?
- Língua portuguesa: histórias infantis, relatos da experiência, novas palavras.
- Matemática: quantidades utilizadas na receita, noções de tempo.
O trabalho interdisciplinar contribui para que as crianças compreendam que as disciplinas não são isoladas e que há uma interlocução entre os saberes das diferentes áreas do conhecimento.
É importante destacar que o processo de ensino para surdos requer dedicação e pesquisa por parte dos profissionais envolvidos: professor surdo, professor bilíngue e intérpretes. Deve haver a parceria através do trabalho em equipe.