1.5.3 Categorização gráfica e funcional das letras

Vejamos agora o terceiro aspecto, que trata da categorização gráfica e funcional das letras.

A categorização gráfica tem a ver com agrupar em um único rótulo uma unidade na variedade das formas gráficas de determinada letra. Um exemplo disso são as variedades de formas gráficas em diferentes estilos (A, a, a, A ...) que são chamados pelo rótulo “A”. Isso quer dizer que há uma noção abstrata de “LETRA” a qual nos permite interpretarmos como a mesma letra suas formas distintas de representação gráfica na escrita (Cagliari, 2001).

Já a categorização funcional das letras diz respeito às relações entre sons e letras e vice-versa. Essa relação, de modo geral, parte do princípio acrofônico que estabelece o valor de cada letra, ou seja, cada letra possui um nome o qual representa um dos sons que essa letra poderá ter dentro do sistema de escrita da língua. Por exemplo, a letra S, que se chama “esse”, representa na língua portuguesa o som de S, mas também pode representar o som de Z. E o que vai determinar o valor de cada letra no sistema de escrita será justamente a ortografia.

Os autores chamam a atenção para o fato de que a criança ouvinte em fase de alfabetização precisa compreender ambas as categorizações, ou seja, entender que a letra pode apresentar variações gráficas de estilo e entender que a mesma letra pode representar mais de um som e também que o mesmo som pode representar mais de uma letra. No caso das crianças surdas, a categorização gráfica terá um impacto visual importante que precisa ser levado em consideração.