3. A linguagem dialógica dos materiais para EaD

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Na construção do material didático para a Educação a Distância, o professor deve levar em consideração os aspectos didáticos e dialógicos, devendo necessariamente estabelecer um forte diálogo com o leitor (aluno). Por isso, considera-se que a linguagem utilizada nos materiais didáticos seja apresentada como componente fundamental no processo de mediação dos percursos de aprendizagem dos acadêmicos.

Segundo Cabral e Cavalcante (2010) é importante salientar que  há sempre a máquina intermediando a comunicação entre os sujeitos do processo ensino e aprendizagem na modalidade a distância. Tal peculiaridade determina um certo distanciamento entre aluno e professor, e portanto, a necessidade de atenuação dessa distância encontra na linguagem verbal de forma dialógica uma estratégia significativa para a interação que certamente possibilita na aprendizagem.

texto deve estar permeado por interações. É importante que o professor insira no material fatos reais, situações vivenciais possíveis de o profissional se deparar em seu campo de trabalho, possibilitando o desenvolvimento de habilidades e competências que o aluno necessitará para o desempenho de sua atividade profissional.

Cabral e Cavalcante (2010) apresentam algumas orientações para garantir a eficácia de texto a ser utilizado em materiais para cursos na modalidade a distância:

  •  ser claro, mas não distante;
  • ser concisos, mas sem omitir informações;
  • ser polidos e gentis;
  • utilizar a linguagem como instrumento de atenuação da distância imposta pela máquina.

Também é importante considerar que, a partir de uma linguagem dialógica, o professor deve personalizar o seu material por meio de estudos de casos, situações-problemas, relatos de experiências e exemplos contextualizados, os quais, relacionados ao conhecimento científico, possibilitarão a aprendizagem.

Dessa forma, o material a ser produzido, seja ele audiovisual ou impresso, deve facilitar a interação com os alunos, caracterizando-se por uma comunicação bidirecional,  pois é preciso considerar que o estudante EaD é um sujeito autônomo e, por isso, precisa adquirir competência para construir significados para seu aprendizado. 

Nessa perspectiva, Rondelli (2007, p. 1), quando se refere à linguagem utilizada no material didático, afirma que ela deve ser mais dialógica, isto é, o “material precisa 'conversar' com o aluno, independente de ser impresso ou estar disponível na internet. Desenvolver esta comunicação é uma arte que se aprende com o tempo e com muita atenção aos estudos das ciências da linguagem”.

A contextualização constitui outro recurso pedagógico que permite que o aluno se aproprie do conceito e que o perceba em várias situações contextuais. Assim, ao elaborar o material didático, o professor deve buscar na realidade dos alunos a base para contextualizar os conceitos científicos. Dessa forma, a aprendizagem torna-se significativa, desperta maior interesse e proporciona uma verdadeira construção de conceitos, não sendo, portanto, mera memorização de conteúdo sem significados.

No momento de elaboração do material didático, o professor deve considerar que a qualidade pedagógica não se restringe à forma, ao conteúdo e à consecução dos objetivos, mas, fundamentalmente, à garantia de que esses materiais devidamente contextualizados sejam compreensíveis, interativos e que possibilitem a autonomia de estudos aos alunos.

Diante da necessidade da educação a distância estabelecer um estreito processo comunicacional interativo, permitindo a compreensão dos conteúdos, é necessário que professor se preocupe também com a coerência interna do material.