1.1.2 Eixo Linguístico

O reconhecimento da língua de sinais é o grande marco da área. A partir da Lei de Libras e do Decreto nº 5626/2005, que citamos anteriormente, a língua adentrou ambientes acadêmicos e de pesquisa. A Libras passou a fazer parte dos currículos dos cursos de licenciatura, educação especial e fonoaudiologia e houve espaço para debates em torno da inserção dessa língua como parte dos currículos das escolas de educação básica. Da mesma maneira, houve um fortalecimento das pesquisas e processos de mapeamento da língua e da elaboração de glossários e dicionários.

Na área acadêmica foram criados, a partir do decreto 5.626/2005 (Brasil, 2005), os cursos de Letras-Libras e cursos técnicos e bacharelados na área de Tradução e Interpretação (Libras-Português), além de linhas de mestrado e doutorado e departamentos acadêmicos relacionados à Libras. Mais recentemente, a partir de 2015, foram criados cursos de Pedagogia Bilíngue.

Apesar dos esforços no campo da linguística, a Libras ainda é considerada uma língua minoritária. Isso significa que ela enfrenta desafios específicos em termos de reconhecimento oficial, políticas de promoção e preservação, e acesso igualitário a recursos e serviços linguísticos. Embora tenha sido reconhecida como uma língua legítima e um direito linguístico das comunidades surdas, a implementação eficaz de políticas linguísticas que garantam a valorização e o fortalecimento da Libras ainda é um trabalho em andamento. Mais adiante aprofundaremos a discussão acerca das Políticas Linguísticas.

Você sabia?

Além da Libras, há outras línguas de sinais no Brasil. Atualmente, tais línguas estão sendo documentadas para garantir a sua preservação e o seu reconhecimento linguístico, como é o caso da língua de sinais “Cena”, do interior do Piauí.

O vídeo abaixo mostra um pouco do trabalho que está sendo realizado por pesquisadores brasileiros e estrangeiros.