1 Aprendendo a identificar demandas e oportunidades locais

1.5 Dicas para a realização da coleta de dados no contexto pesquisado

LIBRAS

Observe tudo que está no contexto da pesquisa

Observe as pessoas - como se comportam, o que pensam, como se sentem -, o ambiente, os elementos que fazem parte do contexto e as interações existentes.

Vá sem preconceitos

Quando for conhecer uma realidade que não é a sua, procure ir de cabeça e coração abertos! Tente deixar de lado tudo que você já ouviu a respeito daquela realidade, evitando que conceitos pré-estabelecidos te impeçam de formar novas opiniões e percepções sobre aquele contexto.

Deixe as pessoas à vontade

Explique às pessoas o que vai ser feito durante a pesquisa, assim elas vão se sentir mais seguras e confortáveis para contribuir e participar das atividades.

Construa empatia com os participantes

“A empatia é uma consciência constante do fato de que nossos interesses não são os interesses de todo mundo e de que nossas necessidades não são as necessidades de todo mundo, e que algumas concessões devem ser feitas a cada momento. Não acho que empatia seja caridade, não acho que seja um sacrifício pessoal, não acho que seja prescritiva. Acho que a empatia é uma maneira em permanente evolução de viver tão plenamente quanto possível, porque ela expande nosso invólucro e nos leva a novas experiências que não poderíamos esperar ou apreciar até que nos fosse dada a oportunidade” (Patricia Moore, no livro “O Poder da Empatia”).

Ouça abertamente

Uma das nossas maiores habilidades como seres humanos é ouvir e estabelecer conexões com as pessoas. Use muito essa nossa capacidade e ouça tudo que as pessoas têm a dizer sobre determinado contexto, mesmo que a princípio esteja fora do escopo do que foi planejado na pesquisa. Muitas vezes, é nessas informações que residem outros fatores que são importantes para todo sistema que o problema está envolvido e que muitas vezes passam despercebidos em um primeiro momento.

Para inspirar a escuta consciente e aberta, assista ao vídeo a seguir, de Otto Scharmer, sobre os quatro níveis em que podemos “ouvir” as pessoas:

Deixe os participantes guiarem a discussão

Por mais que você tenha vontade de guiar ou comentar o momento de discussão com os participantes da pesquisa, fique atento para sempre deixá-los conduzir e falar abertamente sobre os tópicos em questão. Isso não significa que você não pode questionar ou comentar a discussão, mas tenha cuidado para que os participantes sejam os protagonistas do momento, pois quando comentamos ou guiamos uma conversa corremos o risco de tendenciarmos ou influenciarmos os dados coletados.

Registre todas as informações obtidas

O registro dos dados coletados pode ser feito de várias formas: por  meio  da  tecnologia, com gravação  em  áudio,  em vídeo,  com fotografia  e  outros equipamentos; por representação gráfica: mapas, cartografias, gráficos etc.; e por  meio  do  registro  de informações  por  escrito: diário  de  campo, relatórios,  planilhas  eletrônicas,  lista  de  frequência, cronogramas,  pautas de trabalho etc. Você pode combinar uma ou mais modalidades de registro, conforme a necessidade e características do projeto. Mas lembre-se: é fundamental registrar de alguma forma tudo que você está observando e ouvindo, percebendo e sentindo em relação àquele momento, pois depois tendemos a esquecer de partes que podem ser bem importantes nas etapas posteriores.

E, por último, valorize o conhecimento popular!

Você concorda que ninguém melhor do que quem vive uma realidade para falar sobre ela, não é? Por isso, valorize as pessoas que vivem no contexto que você está tentando compreender, assim como suas opiniões e conhecimentos. Você sempre terá muito a aprender com elas!