As projeções cartográficas são um conjunto de técnicas matemáticas que permitem representar a superfície curva da Terra em um plano, ou seja, criar mapas que exibam informações geográficas de forma bidimensional. A Terra é um objeto tridimensional, esférico (ou quase esférico), e ao tentarmos representá-la em um plano, inevitavelmente ocorrem distorções geométricas.
A necessidade de projeções cartográficas decorre do fato de que os mapas são ferramentas essenciais para a representação, análise e comunicação de informações geográficas. Eles nos permitem visualizar as características da superfície terrestre, como relevo, hidrografia, vegetação, cidades e fronteiras políticas, entre outros elementos, de forma prática e eficiente.
No entanto, como a Terra é curva, é impossível transferir sua superfície exatamente para um plano sem que ocorram distorções. Essas distorções podem afetar áreas, formas, ângulos, distâncias ou direções, dependendo do tipo de projeção utilizada.
Existem diversas projeções cartográficas, cada uma com suas próprias propriedades e aplicações específicas. Algumas projeções são mais adequadas para representar áreas próximas ao Equador, outras são mais úteis para regiões próximas aos polos, e outras ainda podem ser ideais para representar a Terra de maneira global.
Algumas das projeções cartográficas mais conhecidas são:
Projeção Cilíndrica de Mercator: Desenvolvida por Gerardus Mercator em 1569, é uma projeção que preserva os ângulos e a direção, tornando-se amplamente utilizada para navegação. Entretanto, causa distorções significativas nas áreas próximas aos polos, tornando-as maiores do que são na realidade.
Projeção Cônica: Nesse tipo de projeção, o globo é projetado em um cone que é, posteriormente, "desenrolado" para formar um mapa. É útil para representar áreas de latitudes médias, mas também causa distorções em áreas distantes do ponto de tangência.
Projeção Azimutal: Essa projeção projeta os pontos da superfície terrestre em um plano tangente a um ponto central, sendo ideal para mostrar uma visão panorâmica a partir desse ponto central. No entanto, causa grandes distorções em áreas distantes do ponto central.
Projeção Mollweide: Projetada em 1805 por Karl Mollweide, é uma projeção que tenta equilibrar as distorções de área e forma, mas acaba comprimindo as áreas próximas aos polos e esticando as áreas equatoriais.
Projeção de Peters: Desenvolvida por Arno Peters, tenta preservar as áreas das regiões, mas distorce significativamente as formas, tornando-se controversa em relação às projeções mais tradicionais.
É importante escolher a projeção mais adequada para o propósito do mapa e a área a ser representada. Por exemplo, projeções equidistantes são utilizadas quando é necessário preservar distâncias, projeções conforme ou equivalentes são usadas para conservar áreas, e projeções conformais preservam ângulos e formas, mas podem gerar distorções em áreas e tamanhos.
Em resumo, as projeções cartográficas são técnicas matemáticas que permitem representar a superfície curva da Terra em mapas planos, mas essas projeções inevitavelmente introduzem distorções que precisam ser consideradas ao interpretar os mapas. Cada projeção possui suas características próprias, e a escolha da projeção adequada depende dos objetivos do mapa e da região a ser representada com maior precisão.