8. Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) em práticas de alfabetização e letramento de alunos surdos

Outra competência sugerida pela Proposta Curricular para o Ensino de Português Escrito como Segunda Língua para Estudantes Surdos (PSLS) é compreender tecnologias digitais (de informação e comunicação), de forma significativa, reflexiva e ética, nas diversas práticas escolares e sociais.

Destacamos acima a caracterização do trabalho com as TICs de forma - significativa, reflexiva e ética -, pois é muito comum haver uma pedagogização das tecnologias no âmbito da educação. Muitas vezes, os professores utilizam as novas tecnologias digitais para realizar antigas práticas pedagógicas.

As tecnologias digitais possuem um grande potencial multimodal, cabe ao professor explorar esses recursos de maneira significativa para a realidade e o contexto dos alunos surdos para contribuir com seu processo de apropriação da língua portuguesa. Inúmeros são os gêneros digitais que podem ser explorados e, mais ainda, os recursos disponíveis para utilizarmos no âmbito da educação.

Durante a pandemia, um grupo de professores e pesquisadores realizou uma curadoria de 100 ferramentas digitais e disponibilizou no site da Editora Parábola em dois ebooks gratuitos:

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Você já experimentou, em suas aulas, alguma dessas ferramentas digitais, sugeridas nos ebooks?

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As tecnologias digitais melhoram a comunicação e abrem espaço para todos. No processo pedagógico elas permitem que os alunos vivenciem situações de aprendizagem de maneira interativa e colaborativa (Paiva, 2020).

Segundo essa autora, as tecnologias aumentam a acessibilidade, a autonomia para o desempenho das atividades do dia a dia e a liberdade na comunicação, além de contribuírem para a inclusão da pessoa surda na sociedade.

As tecnologias digitais geralmente combinam diferentes linguagens: textos, animações, vídeos, imagens, possibilitando a criação e utilização de materiais mais atrativos e que fazem uso da multimodalidade (Martins; Lins, 2016). Assim, elas contribuem para a organização de práticas educacionais bilíngues que utilizam a pedagogia visual, demandando a criação de propostas pedagógicas pautadas na visualidade, orientando o processo de ensinar e aprender não apenas dos sujeitos surdos, mas de todos os aprendentes (Campello, 2008).

Com as tecnologias, os alunos surdos podem ter contato com textos multimodais, com materiais mais atrativos, acessíveis e compreensíveis, o que possibilita acessarem as informações de forma visual, construírem seus próprios textos, melhorando assim a escrita, e também o compartilhamento de informações visuais, utilizando a libras.