5.1 Linguagem visual

A imagem tem sido uma das formas de expressão e comunicação humana desde os primórdios da história. Se analisarmos a história do desenvolvimento humano, vamos perceber que o pensamento se constitui a partir de imagens bem antes da palavra escrita.

Antes mesmo de saber escrever, o homem expressou e interpretou o mundo através da linguagem visual. A caverna foi o ateliê do homem pré-histórico, e nela, entre os olhos do próprio ser sensível, o artista pré-histórico concebia o seu mundo por imagens. Para além de reproduções de animais selvagens, as pinturas da arte rupestre nos falam de sensibilidade visual e da capacidade de abstração, um fazer criativo natural.

Nessa complexidade, percebemos que somos seres simbólicos, seres de linguagem e principalmente de visualidade. Tais registros apresentam a evidência de que a função da percepção não se encontra somente na compreensão como um produto final, mas também na natureza humana de observar todas as perspectivas como um processo de viver no e com o mundo. Na medida em que a imagem passa a ser compreendida como signo que incorpora diversos códigos, sua leitura requer o conhecimento e a compreensão desses códigos.

Na sociedade atual, estamos imersos em informações visuais, seja no uso do celular, assistindo uma programação na TV, passeando no shopping, apreciando a vitrine de uma loja ou até mesmo no supermercado fazendo compras. As mídias visuais exploram o poder das imagens para atrair a atenção das pessoas para algum fim, seja para divulgar informações, induzir comportamentos, chamar a nossa atenção ou nos instruir sobre algo.

Vivemos em uma sociedade da visualidade e, por isso, se faz necessário que as escolas promovam experiências visuais significativas, ou seja, que a visualidade seja incorporada em estratégias educativas de letramento visual. O uso de recursos didáticos visuais e imagéticos se torna imprescindível como um instrumento de ensino na educação das crianças e, especialmente, das crianças surdas que fazem uso da língua de sinais, uma língua de modalidade visuoespacial.

A visualidade no contexto da educação de surdos vai além da mera constatação de signos visuais. Os recursos visuais precisam considerar o contexto de vida dos alunos surdos, sua identidade e sua cultura. Uma estratégia para articular tais aspectos é o letramento visual.