Quatro grandes "Movimentos"/Alternativas Estratégicas
1 Estratégias de Crescimento
Depois de entender que as empresas podem estar em diferentes "momentos da vida", vamos começar a explorar as alternativas estratégicas. E nada mais natural do que iniciar com o tipo de estratégia que a maioria das empresas sonha em implementar: as Estratégias de Crescimento!

Quando falamos em crescimento, estamos pensando em expandir as operações da empresa, aumentar sua participação no mercado, elevar o faturamento, alcançar novos clientes ou até mesmo entrar em novas áreas de negócio.
Mas como uma empresa faz isso? Existem diferentes caminhos, cada um com suas características e desafios.
De modo geral, as estratégias de crescimento podem ser divididas em duas grandes abordagens: a Diversificação e a Integração.
1. DIVERSIFICAÇÃO
Diversificar significa que a empresa decide caminhar por novos negócios, seja ao lançar novos produtos ou serviços, seja ao ingressar em outros mercados. É uma busca por novas fontes de receita, uma forma de diluir riscos (não colocando todos os "ovos em uma mesma cesta") e uma maneira de aproveitar oportunidades.

Principais tipos de diversificação:
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Diversificação de Produtos: A empresa lança produtos ou serviços que não faziam parte do portfólio original. Imagine uma marca de café que, além dos grãos tradicionais, começa a oferecer cápsulas para máquinas, ou ainda, chás especiais.
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Diversificação de Mercados: Busca atender novos segmentos de clientes ou criar usos diferentes para produtos já existentes. Por exemplo, uma empresa de software que até então atendia grandes corporações e passa a adaptar sistemas para pequenas e médias empresas.
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Diversificação Geográfica: Quando a expansão se dá para novas regiões, cidades, estados ou países. Pense em uma rede de restaurantes típica do Nordeste brasileiro que inaugura uma filial em Orlando, nos Estados Unidos, para conquistar a comunidade brasileira e turistas.
Além de pensar o que está sendo diversificado (produtos ou mercados), é fundamental analisar o quanto essa entrada se relaciona com o neócio principal. Assim, temos dois tipos:
Diversificação Relacionada (ou Concêntrica): A empresa entra em um novo negócio que mantém alguma sinergia com suas operações atuais. Ela aproveita conhecimentos, tecnologias, marcas ou canais já existentes para fortalecer o novo empreendimento. Por exemplo, a Havaianas, conhecida pela fabricação de chinelos de borracha, que passou a produzir alpargatas — um tipo de calçado diferente, mas que compartilha processos de fabricação, público-alvo e canais de venda similares.
Diversificação Não-Relacionada (ou Conglomerada): Nesse caso, a empresa investe em negócios sem conexão direta com sua atividade principal. Os processos, mercados e tecnologias envolvidos são, em sua maioria, independentes. O objetivo pode ser diversificar fontes de receita, reduzir riscos ou aplicar capital excedente. Imagine, hipoteticamente, se a Havaianas decidisse entrar no mercado de cafés, competindo com Mellita e Três Corações.— setores com pouca ou nenhuma relação com a produção de calçados. (se quiser ver um exemplo de Diversificação Não-Relacionada bem curiosa clique aqui).
A escolha entre diversificação relacionada ou não-relacionada depende da estratégia, dos recursos disponíveis e do apetite ao risco. Normalmente, a diversificação relacionada apresenta desafios menores pelo aproveitamento de competências existentes, enquanto a não-relacionada abre portas para oportunidades totalmente novas.
2. INTEGRAÇÃO
Ao contrário da Diversificação, que mira novos mercados e produtos, a Integração busca fortalecer a posição da empresa no próprio setor. Isso pode significar assumir o controle de etapas da cadeia de valor ou ampliar sua atuação junto aos clientes.
Por exemplo, imagine uma empresa que fabrica sucos que decide, em vez de comprar embalagens de fornecedores, produzi-las internamente. Ou que, ao invés de vender seus produtos só em supermercados, abre lojas próprias especializadas em seus produtos. Essa é a essência da Integração: mais controle, maior eficiência e uma presença estratégica fortalecida.
Existem dois tipos principais de integraçaõ: a vertical e a horizontal. Vamos conhecê-las.

Integração Vertical
Ocorre, basicamente, quando a empresa decide controlar diferentes etapas da cadeia de valor — desde a matéria-prima até o produto final chegar ao cliente. Os objetivos podem ser reduzir custos, garantir qualidade, assegurar fornecimento ou aumentar poder de mercado. Existem dois tipos:
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Para Trás: A empresa assume funções que eram de seus fornecedores, como uma montadora que passa a fabricar seus próprios pneus — ou uma produtora de sucos fabricando suas próprias embalagens.
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Para Frente: Aqui, assume funções de distribuidores ou revendedores. Exemplo: uma fábrica de sorvetes que inaugura suas próprias lojas para vender diretamente ao consumidor.
Integração Horizontal
Consiste em adquirir empresas do mesmo nível da cadeia de valor, ou seja, concorrentes diretos. O objetivo é ganhar participação de mercado, aumentar escala, reduzir concorrência e conquistar maior poder de negociação. Por exemplo, no Brasil, a operadora de telefonia Claro adquiriu a empresa de TV por assinatura e internet NET, que era uma concorrente direta na mesma região. Com essa aquisição, a Claro ampliou sua base de clientes, eliminou um rival e fortaleceu sua posição no mercado de telecomunicações, consolidando-se como uma das maiores operadoras integradas do país. (veja a notícia clicando aqui).
A decisão por integrar, seja vertical ou horizontalmente, deve levar em conta o contexto da empresa, seus recursos e o grau de risco aceitável. Trata-se de uma estratégia poderosa para promover o crescimento e consolidar a competitividade.
Avance para a próxima página! 💪
